sexta-feira, 17 de outubro de 2008


Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

Fernando Pessoa

5 comentários:

Tony Nas disse...

Concordo totalmente com este pensamento e tem uma frase que gosto muito "Nosso tempo é inversalmente proporcional a nossa rotina", acredito que o tempo "passa" muito rápido principalmente quando estamos dentro da nossa rotina diária, os mesmo caminhos para o trabalho, almoçando nos mesmos lugares, conseguiremos "aumentar" nosso tempo , fazendo coisas novas, conhecendo pessoas novas e quebrando nossos próprios paradigmas, lembre-se que o que temos de mais valioso na vida é nosso tempo.

Um beijo

Tony Nas

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Connie,
Será que não dá para conservarmos aquilo que é realmente importante, e irmos nos livrando dos penduricalhos?
É importante buscar novos caminhos, conhecer novas pessoas, enxergar as coisas com um novo olhar,renovar nossa vida, mas penso que, tudo isso, mantendo nossa rotina básica.
O que você acha?
Vou colocar seu blog na minha lista dos favoritos.
Beijos

Anônimo disse...

Abandonar as roupas que tem o formato do nosso corpo, dá aquela agulhadinha... afinal, ao nos despir-nos nos vemos nela - reletidos como num espelho. Mas... como ostra feliz não faz pérola, talvez as melhores mudanças, as mais "radicais" para nossa alma, sejam fruto desta "coceirinha" de areia... para nos livrarnos da dor, assim como as ostras, envolvemos as esferas pontudas e.. por vezes, o resultado é uma pérola. Adorei o seu BLOG e, quero um pra mim também!!!! Ensina eu?

Silvia disse...

Oi Constanza !

Duas coisas interessantes aqui : é a segunda vez no dia de hoje que ouço/vejo uma referência ao filme "Magnólia" (que eu ainda não assisti...). A primeira foi de manhã na Kiss FM, quando dirigia para o trabalho. Tem um programa chamado Sound Track(ou algo assim), em que eles tocam uma música da trilha sonora de um filme, e falam sobre o filme em questão. O de hoje foi Magnolia, e a música foi Goodbye Stranger do Supertramp.
Vou ver se assisto !

Mas eu escolhi este tópico porque eu não sou uma grande conhecedora de poesia -- mas o pouco que eu conheço e gosto resume-se a Carlos Drummond de Andrade e Fernando Pessoa. Então quis deixar aqui pra você meu poema preferido, que o Fernando escreveu sob o pseudônimo de Alberto Caeiro e está no livro "O Eu profundo e os outros eus":

"Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe uma paladar,
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...

Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva ...

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja ..."

Beijos,
Silvia.

Anônimo disse...

Cons, amei este trecho. Havia me esquecido de como Pessoa me inspira.
Tente ir ao trabalho por um caminho diferente, sei que pode irritar em funçao do transito, mas acredite,dá uma quebrada no dia mesmo que vc demore mais para chegar.
saudades Lu Coelho