quinta-feira, 13 de outubro de 2011


O dia pode esperar

Difíceis eram os dias 
O barulho vinha de longe
Não podia ser calado
Era barulho e não voz

Difíceis eram os dias 
O barulho vinha de dentro
Sem aviso prévio
Sem pagar entrada

Um esforço absurdo
Tampões, música alta
Nada calava
Nada parava
O barulho tava seco
O barulho tava encalacrado
Seco, grudado, amarrado
Passado
Numa noite longa
De uns dias longos
O barulho foi sumindo
Foi se transformando
O barulho seco
Velho, grudado
Era música agora
Tinha gosto de chocolate
O soco do barulho seco
Não mais batia
O seco do barulho oco
Agora mudo, era bom

Viva o silêncio do barulho que já não existia
Viva o gosto na memória da longa noite
Viva a música que toca em seu lugar
Viva!

domingo, 9 de outubro de 2011

Na noite longa
A música encontra 
Na boca o gosto